Oferecimento do Incenso

by Plum VillageFebruary 15, 2024

O meu professor ensinou-me a acender um incenso. No meu templo, quando eu era noviço, oferecíamos incenso ao Buda várias vezes ao dia e muitas vezes perguntava-me: 

“O Buda realmente precisa de incensos”?

“Não sei se o Buda precisa de incenso, mas nós certamente precisamos”.

O ato de acender um incenso é um ato espiritual. 

Cultivamos calma, estabilidade e concentração. 

À medida que acendemos o incenso, é importante voltar para nós mesmos através da respiração consciente. 

Ao seguir a nossa respiração, trazemos a nossa mente para o corpo e nos tornamos totalmente conscientes do que estamos a fazer.

Mesmo que o bastão de incenso seja muito leve, o meu professor ensinou-nos a usar as duas mãos para o segurar. 

A ideia é investir todo o nosso ser nesse ato; todo o nosso corpo e mente estão unidos nesta única ação.

Sabemos que uma árvore tem as suas raízes profundas na terra e a água tem a sua fonte no alto das montanhas. 

Nós também temos as nossas raízes, a nossa fonte e o altar ancestral é um lembrete de que a essência da nossa vida vem dessa fonte.

Ao oferecer incenso no altar ancestral, temos a oportunidade de estar em contacto com os nossos ancestrais em cada célula do nosso corpo.

O que meu professor ensinou-me a investir a energia da atenção plena, concentração e insight para acender o incenso.

Quando o corpo e a mente são um no momento presente, essa é a energia da atenção

plena. 

Quando estamos completamente atentos ao que estamos a fazer, essa é a energia da concentração. 

Com a energia da atenção plena e concentração, a comunicação entre nós e nossos ancestrais torna-se possível em cada célula do nosso corpo.



Oferecer o incenso 

Em gratidão, 

oferecemos este incenso, através do espaço e do tempo, a todos os Budas e Bodhisattvas.

Que

este incenso seja perfumado como a própria Terra, possa refletir os nossos esforços

cuidadosos, a nossa consciência sincera e o fruto da compreensão a amadurecer

lentamente em cada momento.

Que

nós e todos os seres sejamos companheiros de Budas e Bodhisattvas. 

Que possamos despertar do esquecimento e realizar o nosso verdadeiro lar.