Oferecimento do Incenso
O meu professor ensinou-me a acender um incenso. No meu templo, quando eu era noviço, oferecíamos incenso ao Buda várias vezes ao dia e muitas vezes perguntava-me:
“O Buda realmente precisa de incensos”?
“Não sei se o Buda precisa de incenso, mas nós certamente precisamos”.
O ato de acender um incenso é um ato espiritual.
Cultivamos calma, estabilidade e concentração.
À medida que acendemos o incenso, é importante voltar para nós mesmos através da respiração consciente.
Ao seguir a nossa respiração, trazemos a nossa mente para o corpo e nos tornamos totalmente conscientes do que estamos a fazer.
Mesmo que o bastão de incenso seja muito leve, o meu professor ensinou-nos a usar as duas mãos para o segurar.
A ideia é investir todo o nosso ser nesse ato; todo o nosso corpo e mente estão unidos nesta única ação.
Sabemos que uma árvore tem as suas raízes profundas na terra e a água tem a sua fonte no alto das montanhas.
Nós também temos as nossas raízes, a nossa fonte e o altar ancestral é um lembrete de que a essência da nossa vida vem dessa fonte.
Ao oferecer incenso no altar ancestral, temos a oportunidade de estar em contacto com os nossos ancestrais em cada célula do nosso corpo.
O que meu professor ensinou-me a investir a energia da atenção plena, concentração e insight para acender o incenso.
Quando o corpo e a mente são um no momento presente, essa é a energia da atenção
plena.
Quando estamos completamente atentos ao que estamos a fazer, essa é a energia da concentração.
Com a energia da atenção plena e concentração, a comunicação entre nós e nossos ancestrais torna-se possível em cada célula do nosso corpo.
Oferecer o incenso
Em gratidão,
oferecemos este incenso, através do espaço e do tempo, a todos os Budas e Bodhisattvas.
Que
este incenso seja perfumado como a própria Terra, possa refletir os nossos esforços
cuidadosos, a nossa consciência sincera e o fruto da compreensão a amadurecer
lentamente em cada momento.
Que
nós e todos os seres sejamos companheiros de Budas e Bodhisattvas.
Que possamos despertar do esquecimento e realizar o nosso verdadeiro lar.